Mendoza - Adega da Argentina

Mendoza recebe a alcunha de "adega da Argentina", pois a região metropolitana mendoncina é destacadamente a principal joia da coroa, com 70% da produção vinícola da Argentina, e esta ocupa o honroso 5.º lugar no mundo. Contrastam gigantescas vitivinícolas com as melhores tecnologias do mundo, ao lado de pequenas cavas artesanais e familiares. As primeiras mudas de videiras, vieram do Chile através dos jesuítas, cruzando os Andes, porém só ganhou notoriedade com a chegada dos imigrantes italianos, espanhóis e franceses, no século XIX.

Suas vinícolas oferecem um dos melhores custo-benefício pois, comparativamente com outros renomados países produtores, em Mendoza a mão de obra e as terras são bem mais acessíveis. São cerca de 1.220 bodegas, que produzem 1 bilhão de litros por ano, onze vezes mais que toda a produção brasileira, com 91,9 milhões de litros em 2011. Mais de 100 vinícolas estão preparadas para receber visitantes.


Quais as características do terroir mendoncino? Altitude que varia entre 900 a 1.800 metros, solo desértico, escassas chuvas, vento seco denominado Zonda, um benfazejo e inclemente sol (cerca de 300 dias de sol por ano), baixa umidade, constituem o terroir perfeito que afastam insetos, pragas e fungos. Some-se a isso a grande diferença de temperatura entre o dia e a noite. Dias quentes propiciam mais açúcar e noites frias favorecem a produção do tanino. Paradoxalmente, busca-se o equilíbrio entre o doce e o ácido. Os pés da videira são irrigados por gotejamento, através de mangueiras abastecidas pela água do degelo. Aguça a curiosidade quando se vislumbra os parreirais, em sua maioria, cobertos por redes de nylon, com o escopo de protegê-los das chuvas de granizo, tão comuns na região e que em 10 minutos podem comprometer significativamente a produção do ano em curso e do ano seguinte. É uma precaução necessária, sendo que as redes não são estendidas na horizontal e sim na forma piramidal, que devidamente dispostas fazem com que as pedras de gelo caiam no meio das fileiras dos pés de uva.

Em 2013 começou a circular pelas vinícolas da região de Lujan de Cuyo, em Mendoza (Argentina) o Bus Vitivinícola, um produto turístico voltado especialmente ao vinho e sua cultura. Único deste estilo na América do Sul, o ônibus faz um percurso por 12 vinícolas argentinas da região, onde são feitas visitas guiadas, degustações de vinho, programas alternativos e ligados à gastronomia.

São dois  circuitos diferentes, cada um deles com duração de 10 horas e em que é possível visitar três bodegas. Lá, o visitante pode escolher o que fazer: degustações Premium, caminhada pelos vinhedos, programa de colheita e poda, passeios de bicicleta, compra de vinhos, almoços harmonizados e etc. A proposta usa o sistema "Hop off - hop on" (subir e descer), em que o passageiro entra ou sai do ônibus onde quiser (nas paradas pré-estabelecidas), usando um bilhete de identificação.

A venda de ingressos é feita pelo site do passeio, www.busvitivinicola.com. Antes de comprar as passagens, o enoturista indica o hotel em que está hospedado para que o ônibus, que tem capacidade para 28 passageiros, o busque.


Enoturismo em Mendoza: curta os melhores vinhos argentinos hospedado em alto estilo!

Se você pretende visitar a capital do vinho argentino, Mendoza, ponto de partida para apreciar os melhores vinhos do país e conhecer de perto as excelentes vinícolas da região, por que não fazer isto usufruindo do máximo em conforto e das melhores vistas da região, podendo até mesmo hospedar-se em meios aos vinhedos? Pois é isso que oferecem uma série de pousadas, hotéis e wine resorts de luxo instalados nos arredores da cidade. Conheça a seguir os dez mais visitados e bem equipados da região:


Cavas Wine Lodge: o pioneiro

Localizado em Alto Agrelo, cerca de 35 quilômetros ao sul da cidade, tem o mérito de ser o primeiro hotel rural de luxo de Mendoza. São apenas 14 viñetas independentes instaladas no meio dos vinhedos, com cerca de 90 m2, considerando a área da varanda, e um serviço de hotel 5 estrelas. 

Entre outras coisas, oferece spa com tratamentos a base de vinho, degustações privadas, jantares privados na varanda, caminhadas pelos Andes e campo de golfe.


Entre Cielos: para pernoitar nas alturas

Este "small luxury wine resort" foi inaugurado em julho do ano passado. Localizado na cidade de Vistalba, acerca de 15 quilômetros de Mendoza, dispõe de 16 quartos construidos sobre palafitas em meio aos vinhedos

A vedete do hotel é o Hamam et Spa, um circuito de estilo oriental que oferece tratamentos de beleza, vinho, banhos de ervas, massagem tailandesa, Shiatsu e muito mais. A culinária é outra atração: um Beef Club e Wine House, que oferece um cardápio novo a cada semana, complementado pelo elegante Entre Cielos, dedicado à cozinha internacional.


Posada Robles de Besares: cálido e familiar

Esta bela pousada está situado no coração de Chacras de Coria, a 12 km de Mendoza. Tem apenas quatro quartos.  Desde 2006, o casal Laura e Charles Willink e seus filhos, cuidam dos serviços. Lindamente decorada e com camas confortáveis, oferece ainda um spa com jacuzzi e massagem, piscina e quadra de tênis.


Lares de Chacras: madeira e pedra

As paredes de pedra andina e as grandes travessas de madeira diferenciam a Lares de Chacras dos demais hotéis da área. Um hotel design que tem uma adega subterrânea que pode ser visto através de um vidro no chão. Inaugurado em 2005, está localizado na área residencial (e centro gastronômico) Chacras de Coria, a dois quarteirões da praça principal. Tem dez quartos espaçosos.


 Posada Vistalba Valley: minimalismo e elegância

A Pousada da Bodega Vistalba tem apenas dois quartos, originalmente destinados a clientes e viajantes relacionados ao negócio do vinho, mas que ao longo do tempo também foram procurados ​​por turistas. Localizado a 20 quilômetros da capital, no coração de Vistalba. "O que nos diferencia é a flexibilidade", disse Cecilia Pizarro, encarregada de cuidar dos hóspedes. "Oferecemos um lugar para relaxar com atendimento personalizado." É a experiência de estar dentro das instalações de uma adega e a poucos passos do estrelado restaurante La Bourgogne. Os quartos são muito espaçosos, com amplas janelas com vista para a Cordilheira dos Andes e as vinhas.


Finca Adalgisa: antigos vinhedos


A 15 quilômetros da cidade, este hotel está localizado no terreno da tradicional família Furlotti, rodeado por vinhedos de Malbec plantados em 1916. Tanto a vinha como o jardim são lugares perfeitos para o descanso dos visitantes, podendo até participar da colheita e elaboração dos vinhos lá produzidos. A propriedade tem 11 quartos em duas casas e um restaurante de luxo que concentra o seu menu em tapas, queijos, carnes e, claro, vinho.


Postales del Plata: prazer mediterrâneo

Localizado em Chacras de Coria, um dos pontos mais atrativos da Ruta del Vino, este é um dos hotéis da bodega Altos del Plata, em estilo mediterrâneo e cercado por um grande jardim. Ele tem seis quartos e uma suite, bem como um restaurante especializado em cozinha francesa, clássicos argentinos e, obviamente, com uma grande adega. Fecha durante o inverno, portanto, espere até setembro e vá conhecê-lo. Vale a pena!


As principais vinícolas de Mendoza: dicas para visitação

 

A vinicultura é a principal atividade econômica de Mendoza e a abertura das vinícolas para visitação impulsionou o turismo na região, que é responsável por quase 80% dos vinhos produzidos na Argentina e é considerada uma das maiores regiões produtoras de vinho no mundo. Mesmo quem não gosta muito de vinhos deve reservar pelo menos um dia do seu roteiro na cidade para visitar algumas vinícolas, pois muitas delas vão além da bebida, misturando gastronomia, cultura, arte, arquitetura e paisagens incríveis. As vinícolas de Mendoza, ou "bodegas" como são chamadas na Argentina, estão distribuídas em três grandes regiões: Luján de Cuyo, Maipu e Valle de Uco. Conheça neste post as principais vinícolas de cada distrito e tome nota de algumas dicas importantes para visita-las. O sucesso dos vinhos de Mendoza deve-se principalmente ao clima desértico da região, que alia fatores como grande amplitude térmica, isto é, grande variação de temperatura com dias quentes e noites frias, com pouca precipitação, numa média de apenas 200mm de chuva por ano. Estes fatores, aliados a algumas outras características, fazem com que as uvas que crescem nesse território sejam de alta qualidade.

A região é um grande oásis construído pelo homem, pois toda a área ocupada pela cidade e pelas vinícolas é na verdade um grande deserto, com solo pobre e vegetação típica de locais áridos. Mas a área urbana e rural foi transformada devido a um engenhoso sistema de represas, comportas e canais permite o desvio dos recursos hídricos, como as águas do Rio Mendoza - alimentado pelo degelo da neve das montanhas, para todas as ruas da cidade e também para as zonas rurais auxiliando na irrigação das plantações.

A história de como a vinicultura começou na região é bem interessante.Todas as mudas de vinha foram trazidos pelo espanhóis, que colonizaram a região. Os principais responsáveis foram os jesuítas, que precisavam de vinho para celebrar as missas e decidiram fazer uma plantação própria, pois era muito caro trazer os vinhos prontos da Europa. Quando plantaram as primeiras mudas, perceberam que a qualidade das uvas era boa para a produção de vinhos.

Aos poucos os habitantes locais também começaram a ter suas próprias plantações e produzir seus próprios vinhos, tudo de forma muito artesanal e com pouco conhecimento. A produção começou a ser enviada para a
Buenos Aires em carroças. Depois, em 1885, o trem chegou a Mendoza e permitiu um transporte bem mais  da bebida e em maior quantidade, o que aumentou bastante a demanda. Com o tempo a atividade foi se aperfeiçoando e muitos estrangeiros, atentos ao potencial da região, começaram a investir abrindo suas próprias produções, por isso hoje em dia é possível encontrar tanto vinícolas de origem familiar tradicional quanto empresas fundadas por europeus que viram ali uma oportunidade de ganhar dinheiro produzindo vinhos de qualidade.

Atualmente são mais de mil vinícolas na região de Mendoza, sendo que pouco mais de cem delas são abertas para visitação. Muitas vinícolas nem possuem nomes, são registradas no órgão local apenas por números e vendem suas produções para outras empresas maiores. Isso pode ser percebido ao pegar uma garrafa em que está escrito, por exemplo, "vinho produzido pela vinícola nº 5478 para Bodega X". Os tipos de uvas são bem variados, mas a que mais se destaca é a Malbec. Muitos vinhos de Mendoza já ganharam prêmios de melhor Malbec do mundo.

Devido à grande quantidade de vinícolas abertas para visitação, sempre surge aquela duvida de quantas e quais visitar. Se você não gosta muito de vinhos ou de vinícolas, reserve ao menos um dia do seu roteiro em Mendoza para conhece-las, o passeio pode ser muito mais interessante que você imagina. Agora se você aprecia um bom vinho e tem interesse em conhecer as vinícolas, dedique dois, três ou mais dias para explora-las com calma. O ideal é não visitar mais que três vinícolas no mesmo dia, se você for almoçar em alguma delas, algo que eu recomendo muito, pois os restaurantes de bodegas são ótimos.

Se você vai fazer as visitas por conta própria, seja com um carro alugado ou contratando um remis, reserve tudo com antecedência e veja bem os valores e as condições de pagamento da visita/degustação e almoço.

Veja a seguir as principais vinícolas das três maiores regiões produtoras de vinho de Mendoza. Minha intenção aqui é apenas citar algumas das mais conhecidas e visitadas pelos turistas brasileiros, sem entrar  muito em detalhes sobre o funcionamento de cada uma delas.


Luján de Cuyo

Esta região é a que possui a maior quantidade de vinícolas e que está mais próxima da cidade, a cerca de 25 km do centro de Mendoza. Possui vinhedos entre 800 e 1200 metros de altitude e é considerada a terra dos Malbecs. Algumas das maiores e mais tradicionais bodegas encontram-se nesta   região, entre elas:


Catena Zapata:

É uma das mais procuradas pelos turistas. Seus vinhos de qualidade são bem conhecidos no Brasil e já receberam muitos prêmios pelo mundo. Ela tem um edifício em formato de pirâmide, com vista panorâmica pra os vinhedos e uma adega bem moderna e tecnológica.


Pulenta Estate:


Apesar de ser uma vinícola relativamente nova (criada em 2002), pertence a uma família com forte tradição no ramo e que era dona de grande parte da vinícola Trapiche. A estrutura é bem diferente, quase todasubterrânea, a degustação foi agradável e intimista, com apenas quatro pessoas, e o visual dos vinhedos é espetacular.


Bodegas Chandon:



Pertence ao grupo francês Moet & Chandon e diferencia-se das outras vinícolas da região por dedicar-se exclusivamente à produção de espumantes. A visita passa por algumas etapas da produção, explica os dois diferentes métodos de elaboração (charmat e champenoise) e inclui a degustação de três tipos de espumante Chandon.


Bodega Norton:

É uma das vinícolas mais tradicionais e com maior produção em Mendoza. Seu proprietário atual é da família austríaca Swarovski (a mesma dos famosos cristais). A degustação dos vinhos acontece em etapas, ao longo da visita, sendo possível provar a bebida em todos os seus estágios de produção, do primeiro tanque, passando pelo barril até o produto final na garrafa.


Outras vinícolas em Luján de Cuyo:

- Achaval Ferrer

- Altavista

- Belazco Baquedano

- Bodega Benegas

- Bodega Bressia

- Carmelo Patti

- Casarena

- Familia Cassone

- Finca Decero

- Lagarde

- Las Perdices

- Lamadri

- Luigi Bosca (produz o vinho Finca La Linda)

- Mendel

- Nieto Senetiner

- Renacer

- Ruca Malen

- Septima

- Sottano

- Tapiz

- Terraza de Los Andes (pertence ao grupo Chandon e produz apenas vinhos)

- Viamonte

- Vistalba

- Viña Cobos


Maipú

Este distrito está a cerca de 20 km do centro de Mendoza e concentra algumas das bodegas mais antigas e tradicionais da região, onde é possível fazer atividades que fogem do comum, como, por exemplo, andar de bicicleta pelos vinhedos. Acabei não conhecendo nenhuma vinícola nesta área,   mas estas são algumas de suas principais opções:


Trapiche

Uma das maiores e mais tradicionais vinícolas da Argentina, exporta sua produção para mais de 80 países. A visita com degustação é uma das mais procuradas pelos turistas e permite resgatar um pouco da história do local, com destaque para o edifício construído em 1912.


Família Zuccardi:


Foi a grande responsável pelo desenvolvimento do enoturismo na região de Mendoza. Também é uma das mais procuradas pelos turistas e oferece diversas atividades que vão muito além da visita com degustação, como aulas de culinária e passeios de balão.


La Rural:

Nesta vinícola há um museu do vinho, que conta a história da vinicultura na região de Mendoza com a exposição de diversos objetos antigos que eram utilizados na produção da bebida. Entre seus rótulos está o Rutini, um dos vinhos mais conhecidos da Argentina.


Outras vinícolas de Maipú:

- Carinae

- Cecchin

- Domaine St. Diego

- Familia Di Tommaso

- Finca Flichman

- Lopez

- Tempus Alba

- Vistandes


Valle de Uco

Região localizada a cerca de 100 km do centro de Mendoza e relativamente nova em relação à produção de vinhos quando comparada às outras duas regiões, com vinícolas construídas nas duas últimas décadas. Os terrenos são mais elevados (até 1500 metros acima do nível do mar) e mais próximos das montanhas da Cordilheira dos Andes, proporcionando belas paisagens. A área tem sido tão valorizada pela qualidade de suas uvas que muitas vinícolas de Luján de Cuyo e Maipu plantaram vinhedos no Valle de Uco para produzir vinhos de melhor qualidade. Estas são algumas de suas principais vinícolas:


Salentein

É uma das maiores e mais visitadas da região. A visita, apesar de ser feita em grandes grupos, é bacana e bem conduzida. Sua propriedade é um verdadeiro complexo cultural, com arquitetura moderna, objetos de decoração, galerias de arte e grandes esculturas ao ar livre. O restaurante é excelente e com um belo visual para as montanhas.


Andeluna

Outra grande vinícola do Valle de Uco, tem um estilo mais rústico e também proporciona um belo visual dos vinhedos com as montanhas. Possui diferentes tipos de degustação e seus vinhos já receberam prêmios vários prêmios internacionais.


Bodega La Azul:


É uma pequena vinícola boutique, com apenas seis metros quadrados, cuja visita é uma experiência única em Mendoza, pois é possível acompanhar todos os processos de produção no mesmo ambiente, num tour conduzido por um experiente enólogo. Além da degustação também oferece um almoço típico, servido em mesas ao ar livre entre os vinhedos, com vista para as montanhas.


Outras vinícolas do Valle de Uco:

- Atamisque

- Benvenuto de la Serna

- Clos de Los Siete (um gruop formato por sete vinícolas)

- Domaine Bousquet

- Familia Mayol

- François Lurton

- Finca LA Celia

- Gimenez Rulli

- Monteviejo

- O. Fournier


Boa viagem, bons churrascos e excelentes vinhos!