Dez Regras Para Beber Vinho e Melhorar a Saúde

 

Esta é apenas umas das 50 perguntas que o médico Jairo de Souza Filho responde no livro “Vinho e Saúde”. 

 

I – Beba só se não tiver contraindicação. Há uma série de medicamentos e situações médicas que contraindicam o consumo de bebidas alcoólicas. Mesmo o vinho. Estas contraindicações podem ser absolutas ou relativas. Neste último caso, alguns cuidados ou ajustes no tratamento permitirão que se beba, em pequenas quantidades. Sempre que tiver dúvidas converse com seu médico a respeito disso. 


 

II – Beba com moderação. Vinho só se desfruta com moderação. Consumir bebidas alcoólicas abusivamente é condenável e nefasto. É uma das principais causas de mortes violentas (acidentes, homicídios, etc.) e doenças evitáveis (cirrose, hipertensão arterial, cardiopatias, alguns tipos de cânceres e danos cerebrais). Porém, tão verdade como o consumo abusivo ser danoso é que o consumo leve, moderado e responsável de bebidas alcoólicas, sobretudo o vinho, por quem não tenha contraindicação, é benéfico para a saúde. Consumir vinho abusivamente é infausto. Desse modo abdicam-se os prazeres organolépicos e renunciam-se os benefícios para a saúde que ele pode oferecer. Moderação (em tudo, não apenas no beber) é a arte de viver bem. 



 

III – Beba junto com comida. Vinho e comida foram feitos um para o outro. É altamente recomendável que o vinho seja consumido junto com os alimentos. Os alimentos retardam a absorção e permitem uma melhor metabolização do álcool. O vinho, com sua riqueza e diversidade de constituintes, pode realçar os sabores e aromas da comida valorizando muito o prato, e, desse modo, tornar a refeição muito prazerosa. O vinho sem comida é como praia sem sol, primavera sem flores, beijo sem carinho... 


 

IV – Beba vinho e beba água. O vinho é impróprio para matar a sede. A água é muito mais adequada. Ela é ótima para hidratar e lavar as papilas gustativas, deixando-as em melhores condições para apreciar os gostos. O vinho é excelente para ressaltar os aromas e sabores de um prato e com isso valorizá-lo, tornando a refeição mais agradável. Água e vinho se complementam na refeição. 



 

V – Beba acompanhado. O vinho, além de um bom prato, pede uma boa companhia. Não é comum uma discussão ou desentendimentos entre pessoas que bebem vinho. Esta é uma bebida, talvez pela interseção de Baco, que convida à harmonia. Não só com a comida e o ambiente, mas também entre as pessoas. O prazer do vinho é muito mais intenso com uma boa companhia. 



 

VI – Beba só se seu médico estiver de acordo. Converse sempre com o seu médico sobre o hábito regular ou a intenção de tomar vinho. Ele é a pessoa mais indicada para lhe avaliar e orientar sobre este costume. O seu clínico será sempre o seu melhor conselheiro nesta questão. 



 

VII – Beba, mas faça controles médicos periódicos. O álcool quando ingerido em quantidade superior ao que o organismo consegue bem metabolizar pode causar dano orgânico, mental, social, familiar e profissional – não vale a pena! Por isso é altamente recomendável que todas as pessoas que têm o hábito regular de tomar bebidas alcoólicas façam uma revisão médica pelo menos a cada seis meses. Existem alguns marcadores bioquímicos que identificam o dano orgânico causado pelo álcool. Alguns como a dosagem de enzimas hepáticas, sobretudo da Gama-Glutil-Transferase (ou simplesmente Gama-GT) são feitos em qualquer laboratório de análises clínicas, são baratos e têm cobertura dos convênios. A Gama-GT tem uma alta sensibilidade e uma baixa especificidade. Isso significa dizer que ela altera (aumenta) precocemente, mesmo quando os danos são ainda reversíveis e que quando alterada não indica necessariamente dano pelo álcool – ela pode estar aumentada por outras causas. O exame aumentado indica apenas a necessidade de uma avaliação mais criteriosa. Uma Gama-GT normal significa ausência de dano orgânico pelo álcool. Visite sempre seu médico. 



 

VIII – Beba para amar. Que bebida se escolhe para uma noite romântica? A resposta invariavelmente é: vinho! O álcool, sobretudo o vinho, foi usado ao longo de toda a história da humanidade como estimulante sexual. Ainda hoje é o afrodisíaco mais usado. Isso é uma boa prova de que ele funciona com este fim. Existem estudos mostrando que o vinho aumenta algumas substâncias na corrente sanguínea que explicariam esse efeito. Sabe-se que há um pequeno aumento da Testosterona – o hormônio que aumenta a libido; aumenta também a Dopamina – o neurotransmissor da paixão. Há ainda referências ao aumento da Ocitocina e da Melatonina, duas substâncias que estimulam a libido. Além disso, alguns vinhos, sobretudo os espumantes, costumam ser ricos em N-acetil-etanol-amina, uma substância que age estimulando o sistema límbico, parte do cérebro onde se encontra o centro da sexualidade. 



 

IX – Beba para viver melhor. Vários estudos mostram que pessoas que costumam beber vinho têm um estilo de vida mais saudável. O vinho parece atrair, convidar para hábitos que favorecem a saúde e o convívio social. Os apreciadores de vinho aperfeiçoam os seus sentidos (não só a visão, o olfato e a gustação) e tornam-se pessoas mais sensíveis. Apreciam melhor uma obra de arte, uma música, uma poesia, uma ideia... Isso tudo tem reflexos marcantes na qualidade de vida. 



 

X – Beba por prazer. É inadequado beber para tratar ou prevenir doenças. O vinho não é remédio e nem vacina. Mas também não é veneno. É bem verdade que ele pode agregar ao prazer de beber benefícios para a saúde. Mas o grande valor do vinho é que ele pode proporcionar muitos prazeres. Quando ingerido com moderação ele é capaz de valorizar sobremaneira um momento, uma refeição e mesmo uma conversa fazendo disso algo muito prazeroso. Beba vinho tinto, rosé ou branco. Tanto faz. Beba o que lhe for mais agradável. Faça isso sempre com moderação, junto com uma refeição saudável e uma boa companhia. 




 

 

O livro Vinho e Saúde, do cardiologista Jairo Monson de Souza Filho (foto), pode ser encomendado diretamente na Editora Vinho & Cia para envio via correio pelo e-mail vinho@jornalvinhoecia.com.br ou pelo telefone (11) 4192-2120. O investimento é de R$ 70, mesmo preço sugerido para venda no varejo. A obra também pode ser encontrada nos varejos de várias vinícolas na serra gaúcha (Aurora, Casa Valduga, Dal Pizzol, Don Laurindo, Garibaldi, Lidio Carraro e Miolo), em lojas especializadas de vinhos (em Porto Alegre na Vinho&Arte Casa e na Sommelier Vinhos. Já em São Paulo, o livro pode ser encontrado na Góes Casa Venturini e também na Mistral).